segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Retomando

Olá olá!

A retomada das postagens (depois de muita resignação e cautela) se dará com a apresentação de alguns trechos dos artigos relacionados no Trailblazing, em comemoração aos 350 (em 2010) da Royal Society de Londres. Atesto que o objetivo aqui não é traduzir todos os artigos na íntegra, mas tentarei contribuir de modo a te fazer no mínimo refletir um pouco mais sobre alguns aspectos da ciência.


Então, um feliz 2011 e boa leitura!


Transfusão de sangue de um cão para outro

Em 1666 Boyle deu uma contribuição deveras macabra para um dos primeiros passos referentes à transfusão de sangue entre animais, no caso, dois cães. No ano seguinte, Richard Lower também realizou a primeira transfusão de sangue entre uma ovelha e um humano. Ele era um dos principais cirurgiões de sua época estava envolvido em descobertas pioneiras sobre a circulação e respiração. Embora Lower compreendesse a utilidade das transfusões de sangue seguida de injúria ou outra perda sanguínea, em humanos muitas vezes causava severas e até fatais reações. Dez anos depois a prática fora banida pelo Parlamento. Depois de 200 anos uma compreensão dos grupos sanguíneos tornou a rotina de transfusões possíveis.1


Transfusão de sangue de um bezerro para um homem, ca 1705.

© Wellcome Library, London


O interessante do artigo é que, ao invés de explicar um mundo de coisas ele vem carregado de questionamentos e sem nenhuma resposta. O que considero ótimo, pois nos ajuda a compreender que em ciência as perguntas, na maioria das vezes, são muito mais valiosas do que as respostas. Veja algumas delas:


“2. Se imediatamente após a desvinculação de um Cão, ocorrer o abastecimento com sangue adventício, ele saberá bajular seu mestre e fazer as coisas costumeiras de antes? E ele saberá fazer as coisas melhor ou pior após algum tempo passado da Operação?”2


“5. [...] alguma mudança considerável é observada na Pulsação, Urina e outros Excrementos do Recipiente Animal devido a Operação?[...]” 2


“10. Se um pequeno Cão jovem, por ser muitas vezes abastecido com o sangue de um Cão, também jovem, de uma raça de tamanho maior, ele crescerá mais do que o tamanho de sua própria raça?” 2


“13. Se a Operação tiver sucesso em suas práticas, (o que pode ocorrer) no caso do sangue injetado ser de um Animal de outra espécie, como o sangue de um Bezerro em um Cão, [...] ou (o sangue de) um Animal de Sangue Frio como um Peixe, um Sapo ou uma Tartaruga (ser injetado) nos Vasos de um Animal de Sangue Quente e vice-versa?” 2


Alguma sugestão de resposta? Envie-nos.


1.Traduzido e adaptado de Daniel Glasser, Welcome Trust in Trialblazing

2.Traduzido e adaptado de Tryals Proposed by Mr. Boyle to Dr. Lower, to be Made by Him, for the Improvement of Transfusing Blood out of One Live Animal into Another disponível em http://dx.doi.org/10.1098/rstl.1665.0147

7 comentários:

biorad disse...

Muito interessante esse post!

Alan Dantas - Num disse...

Obrigado Biorad.
Esse é o primeiro de 60 previstos para esta série.

Museu de Ciências Morfológicas disse...

Passando para conhecer o blog
conheça o nosso

www.mcm.cb.ufrn.br

Anônimo disse...

Oi trata-se a 3ª vez que vi o teu blog e reflecti tanto!Espectacular Trabalho!
Até à próxima

ANIMAÇÕES disse...

Olá Ana,
lembra-se de mim, sou o diretor de animação do curta A HISTÓRIA DE JOÃO DAS ALFACES, vim te mostrar um link, que talvez você até já conheça do Green Nation Fest.
Bom fala sobre meio ambiente e preservação e está com um concurso que aborda vários tipos de manifestação artística e cutural.
Este link é da minha página lá:
http://www.greennationfest.com.br/pt/usuario/54/Acacio-Alves/biografia

Tá chegando a final do concurso Green Nation Fest, estou concorrendo por lá..
se quiser assistir e gostar pode votar.
Tenho duas animações e quatro cartuns... espero vocês por lá.

Mas espero que você concorra também em alguma das modalidades que têm.


abração

Cacinho

ps. não consegui comentar no outro blog

Anônimo disse...

Indico o livro "A Ciência nos selos posais comemorativos brasileiro: 1900-2000", do autor Diego Salcedo, professor na UFPE. Abs.

Anônimo disse...

Temos muita sorte de ter um professor como este em nossa sala do 1B do colégio concórdia,
Abraços Alan melhoras kkk.